segunda-feira, 11 de março de 2013

Peregrinar: pés no chão, corações ao alto


“Eu tenho os meus pés no chão/ Mas sei que o meu coração está muito além do céu /E do que se possa ver./Busco o que no alto está, busco o que não passará jamais. /Minha vida está escondida em Jesus./Sou estrangeiro aqui, o Céu é o meu lugar. /É de onde vim, é pra onde vou, é lá onde eu vou morar...” (Estrangeiro Aqui - Comunidade Shalom).  A peregrinação faz com que todo peregrino seja um estrangeiro por onde passe. Ainda que ela seja uma provação física ela é, por essência, uma prova espiritual. Ao contemplar o fim da JORNADA o peregrino encontra o que o moveu, encontra o fim que dá sentido ao mover-se, ele encontra o Sobrenatural.
Quando contemplamos o exemplo do peregrino da Idade Média, observamos um ritual tão belo que precisa fazer parte da nossa preparação. O peregrino medieval, ao sair, passava por um ritual de despedida. O homem que saia em peregrinação deveria “morrer” no caminho e o que voltava para o lar era um homem completamente novo. Sendo assim, Peregrino morre um pouco para o mundo quando toma a estrada, porque seus objetivos tomam um contorno que o leva para a outra pátria. Ainda que a motivação possa ser pessoal, individual e única ela se dá em comunidade onde os laços de fraternidade são estreitados. Quando peregrinamos somos, de certa forma, expatriados porque deixamos a segurança de nossa pátria para embarcarmos numa nova aventura de fé. Só assim compreenderemos a dimensão da expressão que é a identidade do cristão: “Sou estrangeiro aqui”.
A peregrinação prescindia dois pressupostos bem simples: o caminho e o destino. Não era o destino a causa da conversão do peregrino, mas o caminho que se percorria. Passavam-se meses em caminhada e quando assim chegavam ao destino - fosse em Jerusalém, em Roma ou em Santiago de Compostela - permaneciam lá por uns dias e retornavam.
Cada dia, cada hora, cada passo aproxima o peregrino do seu destino, pois a cada dia esse desejo é renovado. A peregrinação cristã faz-se importante não pelo lugar para o qual se peregrina, mas o que realmente importa é para quem se peregrina. Nessa Jornada Mundial da Juventude Rio2013, não estaremos numa simples peregrinação para o Brasil ou para o Rio de Janeiro, mas estaremos em busca do Cristo que vive e Reina. Estamos em busca de uma experiência de fé que possibilite, através do ato de peregrinar, uma realidade transcendente. Um encontro real e transformador com toda a Igreja, na pessoa do Santo Padre!

Marcos Levi - Oficina de Valores (Site Oficial JMJ)

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